terça-feira, 31 de agosto de 2010

McFly fica independente

O site Guardian publicou uma matéria sobre o McFly, contando um pouco de sua história até hoje, Super City, algumas novidades e Party Girl. Confira a tradução feita por nossa equipe.
McFly fica independente
Você gostaria que esses meninos te chamassem? O McFly contou para o Will Dean como eles recuperaram o controle da sua música – e estão dando aos fãs acesso inédito às suas vidas.
‘SEU FILHO DA PUTA!”, grita Dougie Poynter, ao explicar uma reação comum dos homens da Grã-Bretanha quando ele anda pela rua. Apesar de serem irritantemente bonitos, ricos e bem-sucedidos, parece que a vida fica cada vez mais complicada para os quatro membros do McFly.

Embora a banda possa não se levar muito a sério – o vídeo da sua música Transylvania mostrava o cantor Tom Fletcher vestido como o Nosferatu – eles são mais sérios quando se trata de tentar assumir a liderança de uma carreira pop no século 21. Em 2004, assim que seus precursores imediatos Busted estavam implodindo, o McFly se tornou a banda mais jovem a ter um álbum de estréia chegando a número 1, superando os Beatles. De alguma forma, apesar de parecer ter 12 anos de idade (eles, na verdade, têm entre 22 e 25), eles estão juntos há quase tanto tempo quanto Ringo e companhia, com o baixista Poynter tendo largado a escola com 15 anos para entrar para a banda. O que me fez me sentir terrível quando perguntei se suas roupas preferidas são as camisas do Allen Ginsberg. “Não, é a AllSaints”, vem a resposta inocente. Depois que o baterista Harry Judd e o Poynter se juntaram ao Fletcher e ao guitarrista/vocalista Danny Jones, seu primeiro single, 5 Colours in Her Hair, liderou as paradas, o primeiro de uma série de sete número 1s. Eles esgotaram ingressos, apareceram no filme da Lindsey Lohan, Just My Luck (a noite que o Judd passou com a Lindsey foi insolentemente referenciada em seu single de 2006, Please, Please), tiraram as camisas com mais frequência do que seria adequado e ganharam uma fortuna nesse processo. Depois disso, eles pareciam estar vivendo o tipo de declínio que acontece com a maioria dos grupos pop após bons três anos de sucesso: lançando um hesitante álbum com as melhores músicas, separando-se da sua gravadora e ficando decididamente fora do radar.
Mas o que poderia ter sido o começo do fim de uma banda cujos fãs adolescentes estavam começando a superá-los, na verdade deu uma chance para o McFly de tomar o futuro em suas próprias mãos. Irritados com o lançamento do Greatest Hits (”Não foi relevante”, disse Judd), eles começaram sua própria gravadora e lançaram seu quarto álbum, Radio:Active, através do Mail On Sunday.
“Na época, nós estávamos tentando pensar em como poderíamos fazer as coisas de forma diferente e manter a indústria de gravação”, disse Judd, a respeito da decisão de seguir o Prince em doar o novo material junto com o jornal. Isso parece ter funcionado: o jornal acrescentou 300 mil para a sua venda habitual de 2,1 milhões com a oferta. Para colocar em contexto, o segundo álbum de sucesso da banda vendeu 300,000 no total. Então, eles lançaram o Radio:Active corretamente, e ainda chegaram ao top 10. O subsequente esgotamento dos ingressos da turnê sugere que a doação foi uma boa jogada – mas e sobre dividir uma página com as almas menos iluminadas associadas ao Mail? “Richard Littlejohn? Quem é esse?”, diz Jones, quando perguntado. Isso provavelmente não os preocupou muito.
Podendo agora gastar grandes quantidades do seu próprio dinheiro em videoclipes e palcos que voam – a pirotecnia no vídeo de Lies foi supostamente financiada por desclassificar um vôo para a economia – a banda se sentiu liberada. Muito sucesso no exterior, combinado com uma nova direção musical, foi o bastante para a Universal convidá-los a voltar ao rebanho. A banda concordou com um acordo de dividir meio-a-meio, no qual a gravadora lucra com as turnês e mercadorias, mas a banda ficou com mais nas vendas que o usual 16%. Como a Universal não precisa se preocupar tanto com perder rendimento nas vendas de CD, eles permitiram ao McFly oferecer todas as suas músicas diretamente do seu novo website em uma base de assinaturas.
Quando for lançado, o Super City, nova presença do McFly na internet, dará aos fãs um acesso inédito à banda. Os fãs mais ativos ganharão pontos que podem levar a chats ou ligações telefônicas; também haverá vídeos com aulas de violão, todo o catálogo da banda, e redes sociais que visam criar uma comunidade ligada diretamente ao McFly. Tudo isso por £6* ao mês, ou £50* ao ano, com os 100,000 primeiros fãs ganhando um status “pioneiro” que lhes permitirá mais privilégios. “É mais barato que um álbum, e os nossos fãs gastam tanto dinheiro conosco que nós queríamos encontrar uma maneira de dá-los mais acesso”, disse Fletcher.
Se esse jogo digital der certo (e é um enorme “se”), poderia ser o equivalente na indústria musical à transmissão dos jogos no site do Manchester United. Mesmo se apenas 10,000 “pioneiros” se cadastrarem, o McFly ainda poderia ganhar centenas de milhares de libras por ano. É um exame em larga escala sobre a teoria dos mil fãs verdadeiros, o que sugere que a banda precisa de mil fãs pagantes para ganhar a vida. Então quantas pessoas eles acham que irão se cadastrar? “Nós vamos ter que descobrir…”, diz um Fletcher discreto, que até sugeriu que colocará demos no site antes de mostrá-las aos seus colegas de banda, e que o site dará aos fãs a chance de sugerir quais singles o McFly deverão lançar e quais músicas eles deverão tocar ao vivo.
“Nós simplesmente vamos estar completamente abertos e mostraremos tudo aos fãs”,disse Fletcher. “E por que não? Eu acho que nós temos que ser. A indústria da música é diferente agora. Antigamente, essa distância entre você e os seus ídolos tornava especial. Mas agora as pessoas querem informações, e você precisa fornecê-las.”
A julgar pelos comentários nos seus vídeos no YouTube, o que os fãs do McFly também querem é a banda sem as roupas. A fim de saciar esse desejo em particular (e para o lançamento do novo site), eles fizeram um filme de 30 minutos, Nowhere Left to Run; julgando pelo trailer, ele envolve alguma ação de vampiro e muitas cenas do escasso vestuário do Judd. “Nós estávamos fazendo uma referência ao Michael Jackson quando ele fez o Moonwalker. Não existem regras, na verdade. Nós apenas pensamos que seria divertido fazer um filme”, diz Fletcher.
O vídeo do seu novo single, Party Girl, está recheado de cenas do filme, e representa um passo à frente da sua antiga inspiração adolescente no Blink-182. O vídeo tem um pouco do estilo da Lady Gaga, com alguns sintetizadores zumbindo, juntamente do balanço-da-guitarra-em-torno-das-suas-cabeças que originalmente os levou à fama. Poderia muito bem ser essa mudança de direção que permitirá a sobrevivência do McFly (a música foi direto para a lista A da Radio 1), ao invés de qualquer cercador de fãs de alta tecnologia. E, se tudo falhar, eles sempre podem simplesmente continuar tirando as suas roupas.
Party Girl será lançado no domingo, seguido pelo novo álbum do McFly em novembro.

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